Da rua direta
Travessa Valter Ferreira
Quem atravessa
Avista logo a biqueira
Baixa da égua
Literalmente animal
Que muito molha
E a chuva é de metal
Maloqueiragem
Sempre atenta pro mal
A bala come
Não é são Cosme (foi mal)
Nazaré de Maria
Onde choram Marias
Onde escuto Metálica
Chuvas são metálicas
Inverno pesado
O frio é de aço
A febre, cansaço
O ferro encharcado embaçado
Vários malocas
Enchente encurrala
Chicote estrala
Da cor cinza-chumbo
Bem-vindo ao meu mundo
De chuvas metálicas
Eu queria uma visita do Nx Zero
Ou Eminem
Visita aqui só do helicóptero PM
Com chuvas pluviais
Com chuvas fluviais
E os policiais
Geógrafos letais
Mas sigo com fé na luta
Um dia passa essa chuva
Já que meu guarda-chuva
É confundido com um fura
E não para a chuva
Flores de plástico morrem
Lençóis freáticos correm
A vila vale, vira um vale
De lágrima(s) e terror
Aqui não é sertanejo
Não tem temporal de amor
Chove lá fora
Chove na sala
Chove na vala
Massa encefálica
Chuvas metálicas